
A pobreza é um problema que afeta todas as nações do mundo. Suas causas são resultantes de um conjunto de fatores e as consequências são maiores ainda.
Para que a pobreza seja sempre debatida, a Organização das Nações Unidas - ONU - criou o dia internacional para a erradicação da pobreza e este post trata sobre isso. Confira!
Erradicação da pobreza - origem da comemoração
Esta data nasceu a partir de uma iniciativa do padre Joseph Wresinski. Ele era filho de migrantes, nasceu em um campo de refugiados na França e conheceu de perto o drama de quem vive na extrema pobreza. Porém, dedicou sua vida ao pobre quando se tornou padre.
Em 1948, Wresinski reuniu cerca de 100 mil pessoas para celebrar o primeiro Dia Mundial para a Erradicação da Miséria, na Praça dos Direitos Humanos e Liberdade, no mesmo lugar em que foi assinada a Declaração dos Direitos Humanos, em Paris.
Na ocasião, um enorme cartaz foi colocado em frente à Torre Eiffel, com os seguintes dizeres:
“Onde homens e mulheres estão condenados a viver em extrema pobreza, direitos humanos são violados. Unir-se para fazer com que sejam respeitados é um dever sagrado”.
Este fato aconteceu no dia 17 de outubro de 1987 e em 1992 as Nações Unidas reconheceram este evento, dando a ele alcance universal. Isto não é motivo de comemoração, mas um momento de reflexão sobre o comportamento da humanidade sobre esse assunto.
A pobreza e suas consequências
O conceito de pobreza é amplo. De forma geral, diz respeito à falta de condições básicas de vida que qualquer pessoa necessita. Logo, isso não envolve apenas alimentação, mas moradia, saúde e educação como também responsabiliza a sociedade e órgãos públicos.
No entanto, além da pobreza citada, existe a chamada extrema pobreza que, segundo o Banco Mundial, define as pessoas que vivem com uma renda abaixo de 1,90 dólares por dia. Além disso, estão comprometidas em seu estado físico por desnutrição e baixa qualidade de vida.
A ONU divulgou dados recentes que mostram que 1,2 bilhão de pessoas, em 111 países em desenvolvimento, viviam em pobreza multidimensional aguda, mesmo antes da pandemia de Covid-19. Isto inclui a falta de educação, saúde, moradia, saneamento e eletricidade.
Ainda de acordo com a ONU, existem lugares mais afetados que outros, por exemplo:
- 83% vive na África Subsaariana e no sul da Ásia;
- Dois terços das pessoas pobres vivem em países de renda média e 83% em áreas rurais;
- A Índia ainda abrigava 229 milhões de pessoas pobres;
- Já a Nigéria conta com 97 milhões de pessoas pobres.
Mas a pobreza é uma ferida mundial, porque afeta a todos. Por isso que a erradicação da pobreza e da fome é um dos oito objetivos de Desenvolvimento do Milênio, definidos no ano 2000 pelos 193 países membros da Organização das Nações Unidas.
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A ONU convoca todos as nações para essa luta
O tema do Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza - 2022 é: Dignidade para todos na América. A organização falou através do seu secretário geral, António Guterres, que deseja convocar os países a um novo compromisso de combate à pobreza.
Guterres destacou que a pandemia empurrou milhões de pessoas ainda mais para a pobreza e essa situação ocasionou um recuo de mais de quatro anos de progresso. As desigualdades aumentaram e a economia dos países sofreram perdas enormes.
Logo, isso ocasionou mais desemprego, aumento no preço de alimentos e energia, agravamento da recessão, somados aos conflitos da guerra na Ucrânia - que já acumula meio milhão de crianças que vivem na pobreza, atrás apenas da Romênia.
A situação das crianças frente à pobreza é a mais delicada. De acordo com o estudo da ONU, o aumento pode resultar em mais 4,5 mil bebês morrendo antes do primeiro aniversário e perdas de aprendizado, que pode significar mais 117 mil abandonando a escola somente este ano.
Erradicar é uma ação que envolve todos
De fato, a pobreza nos sensibiliza, mas ela precisa nos humanizar, ou seja, provocar ações humanitárias de curto e longo prazo, a fim de diminuir a humilhação de tantas pessoas que sobrevivem em condições precárias.
Para tanto, existem iniciativas acontecendo, como: distribuição de alimentos, roupas, assistência médica, entre outros. Mas também estratégias de grupos de pessoas, ongs e políticas públicas emergenciais e duradouras para amenizar a pobreza de muitos.
Mas a pobreza pede mais. Ela é um grito humano que clama por investimentos centrados na pessoa humana, independente de etnia, gênero, religião e cultura. Assim como afirma a Declaração Universal do direitos humanos:
“Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade”.
Portanto, a erradicação da pobreza começa pela eliminação da ignorância, ou melhor, da pobreza intelectual sobre a dignidade de todo ser humano a fim que a paz venha acompanhada de fraternidade e justiça.
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