A Congregação dos Missionários de São Carlos, também conhecida como Scalabrinianos. Ela é uma “comunidade apostólica de religiosos inserida na atividade Missionária, que Cristo continua na Igreja, para a realização do plano divino no mundo e na história” (cf. Regras de Vida, n.1).

A congregação fundou-se em 28 de novembro de 1887, por São João Batista Scalabrini (1839-1905) (na época Dom Scalabrini, bispo de Placência, Itália). São João Batista Scalabrini confiou-se à Congregação iniciada a proteção de São Carlos Borromeu, por esse motivo, os missionários  também são conhecidos  como Carlistas.

Como discípulos – missionários de Cristo Migrante, os Scalabrinianos são aqueles que respondem o chamado e envio de Jesus, para reconhecê-Lo nos migrantes: “Eu era migrante e vós me acolhestes” (Mateus 25,35). Sua principal missão é fazer-se um com aqueles aos quais são enviados. E claro, se colocando a serviço das classes mais pobres e abandonadas, para com isso, ajudá-los a descobrir Cristo em cada migrante. Como resultado   assumem a missão da evangelização, que visa levar os migrantes à redescoberta da fé na própria vida.

A partir da percepção carismática de Dom Scalabrini

Que respondeu ao apelo do seu tempo, organizando mediações de defesa e acompanhamento dos italianos obrigados a deixar a pátria. Com isso, os Scalabrinianos procuram ser junto e dentro da Igreja, um sinal de acolhida e proteção aos migrantes. Ao fundar a Congregação, São Scalabrini tinha em mente homens de Deus que pudessem entregar a própria vida para tornar-se missionários itinerantes pelo mundo. Contando com o auxílio do Pe. José Marchetti e sua irmã Assunta Marchetti, fundaram a expressão feminina do Carisma, a Congregação das Missionárias de São Carlos em 1895. Como resultado assim enviam mulheres a testemunhar o amor maternal de Deus por cada um de seus filhos e filhas.

Da mesma forma, Dom Scalabrini fundou associações de leigos para que completassem o conjunto de acompanhamento e defesa dos migrantes. O Carisma Scalabriniano, como dom da Igreja, atualmente é compartilhado também pelas Missionárias Seculares (1990). Ou pelo Movimento Leigo Scalabriniano (MLS), pela Juventude Scalabriniana (JUVES). Assim também como por inúmeros voluntários e por cada pessoa sensível com a causa da mobilidade humana no mundo.

Presente atualmente em 34 países, com a ajuda de voluntários e benfeitores. Os Scalabrinianos mantém obras e vários serviços, como: casas de acolhimento para migrantes, centros de atenção aos migrantes, pastoral do migrante em organismos eclesiais diocesanos e nacionais, paróquias e missões, centros de estudos migratórios, seminários, centros Stella Maris, meios de comunicação social, escolas, entre outros.

Identidade

É fácil compreender deste modo que carisma e identidade estão bem unidos. A identidade da Congregação dos Missionários de São Carlos está em plena sintonia com o carisma de serviço amoroso aos irmãos migrantes. Esta entrega, esta dedicação total será a qualidade distintiva em relação a outras congregações que, como membros da mesma Igreja, também são chamados a viver os seus carismas. Os scalabrinianos, porém, poderiam considerá-lo especialistas no cuidado e acompanhamento dos migrantes.

Compreende-se que a realidade percebida na estação de Milão, por nosso Fundador São João Batista Scalabrini, refere-se a um momento específico da história. Aquele seu olhar, no entanto, levou-o a compreender que ali se expressava uma realidade à qual a Igreja deveria responder com urgência. Hoje, multiplicaram-se as estações, os portos, as fronteiras. O carisma permanece intacto, mas o modo de responder aos novos desafios mudaram. Pois coube à criatividade dos missionários scalabrinianos se adequar aos novos tempos para acompanhar os novos migrantes.

Mudanças

O carisma scalabriniano, assim, foi acompanhando as mudanças históricas sociais, eclesiais e congregacionais. Na sua origem, surgiu como atenção e cuidado exclusivo para os italianos migrantes nas Américas, mas logo abriu-se para todos os migrantes italianos no mundo. Depois, além dos migrantes italianos, passou a se ocupar também com os seus descendentes, para finalmente abrir-se para todos os migrantes de qualquer nacionalidade. Estas aberturas também acompanharam o despertar vocacional dos jovens na terra de migração. Ou seja, da exclusiva presença missionária italiana, foi se abrindo para as outras nacionalidades, conformando na atualidade um verdadeiro e rico mosaico de missionários de diferentes países.

Destacava-se as respostas dadas pela Congregação dos Missionários de São Carlos aos seus desafios que, ao longo dos anos, foi sendo reconhecida pelo trabalho realizado junto aos migrantes. Este reconhecimento tem a ver com as aberturas que foram acompanhadas com iniciativas pioneiras como a criação de Seminários para a formação de missionários. Como também os Centros de Estudos que propiciaram especializações no estudo do fenômeno migratório. Bem como de modo que a Congregação pode falar dos e para os migrantes, de forma competente, discutindo as leis e as agendas políticas que definem o destino dos migrantes.

SIMI e SIMN

Outra iniciativa importante foi a criação do SIMI (Scalabrini International Migration Institute), cujo objetivo é a formação acadêmica e profissional de estudiosos, pesquisadores e agentes no campo da mobilidade humana. Não menos importante foi a criação do SIMN (Scalabrini International Migration Network), que se apresenta como uma instituição com múltiplos fins. Postanto, enfatizando o lobying e advocacy ou seja, a proteção e a defesa, a favor dos migrantes, nos níveis nacional e internacional.

Em 2012 concedeu-se ao SIMN, pelo Comitê das ONGs da ONU, o status consultivo, conferindo-lhe o direito de participar ativamente nas discussões da ONU sobre as questões migratórias. Isso permite à Congregação, através desta sua instituição, ser um interlocutor em nível internacional para a proteção e defesa dos direitos dos migrantes.

No aspecto pastoral, os Missionários de São Carlos continuam compartilhando do carisma eclesial de amor aos migrantes. Bem como, conservando Paróquias e Missões, Casas de Acolhida, Centros de Apoio, Escolas, Centros de Estudos, Seminários, Stella Maris e diversos meios de comunicação.

Nós utilizamos cookies para aprimorar e personalizar a sua experiência em nosso site. Ao continuar navegando, você concorda em contribuir para os dados estatísticos de melhoria.

Concordo