No dia 31 de maio, a Congregação dos Missionários de São Carlos – Scalabrinianos recorda com profunda gratidão e reverência o Venerável Dom Massimo Rinaldi, falecido em 1941. Um homem de Deus, sacerdote apaixonado por Cristo e bispo com coração missionário, cuja vida continua a inspirar religiosos, religiosas e leigos no serviço aos migrantes.

Um coração preparado desde a infância para amar e servir
Nascido em Rieti, Itália, em 24 de setembro de 1869, Massimo Rinaldi foi marcado desde cedo por perdas e desafios. Órfão de mãe aos quatro anos, cresceu nutrido pela fé e pelo exemplo de familiares profundamente dedicados à Igreja. Estudou no seminário local, sob a orientação de grandes mestres, incluindo seu tio, Dom Domenico Rinaldi, bispo de Montefiascone.

Sua ordenação sacerdotal, em 16 de julho de 1893, deu início a uma trajetória que, embora começasse nas paróquias da região de Lazio, logo tomaria rumos bem mais amplos.

A resposta generosa a um chamado além-fronteiras
Ao conhecer a obra dos Missionários de São Carlos para os migrantes italianos nas Américas, fundada por João Batista Scalabrini, Rinaldi compreendeu: havia encontrado o lugar onde sua vocação missionária floresceria plenamente. Deixou a cúria episcopal, atravessou o oceano e, no Natal de 1900, chegou ao Brasil, especificamente a Encantado, no Rio Grande do Sul.

Ali iniciou um serviço incansável: enfrentava longas jornadas a cavalo ou a pé, cruzando colônias italianas em locais como Nova Bassano, Anta Gorda, Itapuca e Burro Feio. Sua missão era clara: estar próximo do povo, ouvir, servir, consolar e anunciar Cristo.

Um pilar da Congregação: segundo fundador moral e espiritual
A chegada de Dom João Batista Scalabrini ao Brasil, em 1904, fortaleceu ainda mais seu ministério. Scalabrini reconheceu em Rinaldi um missionário exemplar, e o nomeou superior provincial. Em 1910, já de volta à Itália, Rinaldi foi eleito com unanimidade procurador e ecônomo geral da Congregação, exercendo ainda a função de vigário geral até 1924.

Neste tempo, dedicou-se também à construção da Casa Generalícia dos scalabrinianos em Roma, tornando-se um dos principais organizadores e consolidadores da vida institucional da Congregação.

Bispo missionário: o chamado inesperado de Pio XI
Em 1925, apesar de resistir por humildade, aceitou a nomeação feita pelo Papa Pio XI para tornar-se bispo de sua diocese natal, Rieti. “Seja então um bispo missionário”, disse-lhe o Papa. E assim foi. Continuou a viver com espírito scalabriniano, mantendo constante comunicação com a Congregação e sendo reconhecido como seu grande defensor, incentivador e consolidador.

Dom Massimo Rinaldi é considerado até hoje o segundo fundador moral, espiritual e operativo dos missionários e missionárias scalabrinianos. Sua adesão profunda ao carisma de acolher e servir os migrantes o tornou um verdadeiro continuador do sonho de Scalabrini.

Morreu como viveu: fazendo o bem
Faleceu em Roma no dia 31 de maio de 1941. Um mês depois, o então superior geral, Cardeal Raffaello Carlo Rossi, enviou uma carta emocionada aos coirmãos:

“Hoje, ao aproximar-se o trigésimo dia do seu falecimento, eu entendo somente recordar-vos o venerado e ilustre coirmão que, como o Senhor Jesus, quis passar fazendo o bem.”

Sua fama de santidade se espalhou rapidamente. Foi reconhecido por sua simplicidade, espírito de oração, dedicação aos pobres e aos migrantes. Em 19 de dezembro de 2005, a Igreja o declarou Venerável. A sua causa de beatificação permanece em curso.

Modelo para os nossos tempos
A memória de Dom Massimo Rinaldi é uma chama que continua a iluminar o caminho da missão scalabriniana no mundo. Seu exemplo nos desafia a viver com coragem, simplicidade e fidelidade ao Evangelho, especialmente entre os mais pobres e os que se encontram em movimento.

Ao recordá-lo, rezamos: “Senhor, glorifica na Terra teu humilde servo Massimo Rinaldi e faze de nós, leigos e consagrados, autênticos testemunhos da Boa Nova trazida por Jesus.”

Texto: Vitor da Cruz Azevedo, Setor de Conteúdo do Departamento Regional de Comunicação.