São Carlos Borromeu

 

Dom João Batista Scalabrini desejava ter o exemplo e o amparo de um protetor para a obra recém iniciada em favor dos migrantes. Ninguém melhor do que uma pessoa da sua região, cuja fama de santidade se irradiava por toda a Itália. Estamos falando de São Carlos Borromeu.

Era conhecida a sua dedicação aos pobres, a sua humildade, a sua dedicação como pastor em sua Diocese e, particularmente, a sua atuação durante a peste que assolou e vitimou milhares em Milão.

Por isso, o bispo fundador, Scalabrini, após uma longa oração pedindo aos céus que o iluminassem a respeito de quem seria  o santo padroeiro de seus missionários, concluiu sua oração dizendo:

“São Carlos! Exemplo de constância, paciência generosa, ardente caridade, iluminado zelo, indefectível, magnânimo. Virtudes essas que tornam o homem um verdadeiro apóstolo de Jesus Cristo. São Carlos! Foi um homem profundamente evangelizador, reformador e missionário, testemunhando com a sua vida e irradiando com seu trabalho a esperança de que só no Evangelho encontramos a luz e o sentido para nossas vidas. São Carlos! Era um daqueles homens de ação que não hesitam, não se dividem, jamais retrocedem; que põe em cada ação toda força da própria convicção, toda energia da própria vontade, toda integridade do próprio caráter, todo o próprio ser, e triunfam. São Carlos! Esse é um nome que o missionário católico jamais deveria ouvir sem sentir-se inflamado pelo mais nobre e mais vivo entusiasmo, sem sentir-se profundamente comovido. Mais do que uma glória da Lombardia, é uma glória da Igreja; mais do que um luminar da Itália é um luminar do mundo; mais do que o decoro de um século, é o decoro de todas as idades e de todos os séculos. Diletíssimos, espelhai-vos nele, recomendai-vos a ele, depositai nele toda vossa confiança, e ficai certos de sua proteção”.

Carlos Borromeu nasceu em Arona, Itália, em 2 de outubro de 1538, numa família da nobreza italiana. Seu tio foi o Papa Pio IV, com quem trabalhou em Roma. No entanto, a experiência da morte de um irmão e de um amigo, levou-o a perceber a vida com outros olhos, de modo que nem o poder, nem a carreira tinham sentido para ele. Optou pela vida simples de sacerdote, que era o seu modo de se entregar ao povo e, em particular, aos mais necessitados. Foi ordenado sacerdote em 1563. Foi nomeado Arcebispo de Milão em 1564. Implantou na arquidiocese as reformas emanadas pelo Concílio de Trento. Nos de 1569 e 1570, a fome e uma epidemia, semelhante à peste, se espalharam pela cidade de Milão. Como não tinha mais o que dar aos pobres, ele próprio pedia esmolas para eles. Em outubro de 1584, mesmo doente, retirou-se para fazer os exercícios espirituais. “Um bom pastor de almas deve saber suportar três febres, antes de se meter na cama”, afirmava. No entanto, não se tratava de uma simples febre, pois, aos 03 de novembro de 1584, expirou com apenas 46 anos. Suas últimas palavras foram: “Eis Senhor, eu venho, vou já”. Foi beatificado em 1602, por Clemente VIII e, depois, canonizado em 1610, por Paulo V, que fixou a festa do santo para o dia 4 de novembro.

A grande influência de São Carlos Borromeu, pelo que realizou em Milão, serviu de exemplo para que a reforma da Igreja acontecesse em muitos outros países, segundo o espírito do Concílio de Trento.

Eis o perfil sintético do Padroeiro dos missionários e missionárias scalabrinianos: uma pessoa de fé; renovador da Igreja – “é preciso renovar para renovar-se”, como afirmava; propulsor de seminários para a formação do clero; reformador litúrgico; preocupado com os leigos; pastor e acolhedor dos pobres; apóstolo da caridade, em especial dos doentes atacados pela peste.

Humilitas (humildade) era o lema da vida de São Carlos, que João Batista Scalabrini adotou como seu e que deixou como herança a todos os missionários, missionárias e a todas as pessoas que comungam com o carisma scalabriniano.

São Carlos Borromeu – Datas importantes

02 de outubro de 1538:  nasce Carlos Borromeu em Arona, Itália. De família importante, o pai Gilberto Borromeu, e a mãe, Margarida de Médici. Seu tio materno, João Ângelo de Médici, foi o Papa Pio IV.

06 de dezembro de 1559: Carlos Borromeu conclui seus estudos recebendo o diploma em Direito Civil e Canônico.

26 de dezembro de 1559: O tio de Carlos Borromeu é eleito Papa, João Ângelo Médici, escolhendo o nome de Pio IV.

31 de janeiro de 1560: Carlos Borromeu recebe o título de cardeal com apenas 22 anos.

19 de novembro de 1562: conversão do cardeal Carlos Borromeu. Morre Federico, seu irmão mais velho e depois morre um de seus melhores amigos.

07 de agosto de 1563: O Cardeal Carlos Borromeu é ordenado sacerdote pelas mãos de Dom Giovanni Antonio Serbelloni.

15 de agosto de 1563: O cardeal Carlos Borromeu celebra a primeira missa no dia da Assunção de Nossa Senhora.

03 de dezembro de 1563: O cardeal Carlos Borromeu presencia o encerramento do Concílio de Trento. Será depois o grande reformador da Igreja.

07 de dezembro de 1563: O cardeal Carlos Borromeu é sagrado bispo.

23 setembro de 1565: O cardeal Carlos Borromeu assume o arcebispado de Milan.

1569-1570: a fome e uma epidemia, semelhante à peste, invade Milão, o próprio cardeal Carlos Borromeu pede esmolas para ajudar os pobres.

26 de outubro de 1569: Nem todos concordam com a Reforma na Igreja, o cardeal Carlos Borromeu sofre um atentado, do qual escapa por um milagre.

11 de agosto de 1576: começa a peste de São Carlos, que vitimou milhares de pessoas; durante a qual o cardeal Borromeu teve intensa participação de auxílio material e espiritual, assim como de prevenção. A peste diminui em maio de 1577.

03 de novembro de 1584: O cardeal Carlos Borromeu morre com apenas 46 anos com fama de santidade.

16 de setembro de 1602: O cardeal Carlos Borromeu é beatificado pelo Papa Clemente VIII.

01 de novembro de 1610: O cardeal Carlos Borromeu é canonizado pelo Papa Paulo V, que fixou a festa do santo para o dia 4 de novembro.

15 de março de 1892: Dom João Batista Scalabrini, admirador de São Carlos Borromeu, de quem adotou o lema familiar humilitas, proclama São Carlos Borromeu padroeiro da Congregação por ele fundada. Que são denominados desde então como: Missionários de São Carlos.

ORAÇÃO A SÃO CARLOS BORROMEU

Glorioso patrono São Carlos, grande amigo de Deus e protetor dos pobres, doentes e desamparados, a exemplo de Cristo te fizeste pobre para melhor servir teus irmãos em suas necessidades, nós te pedimos neste dia que, do céu, continues a abençoaR as famílias e comunidades, a interceder pelos jovens e crianças, fortalecer os missionários e confortar os que padecem toda espécie de sofrimento.

Intercede junto a Deus pelas nossas necessidades e por todos os que invocam tua proteção e querem seguir teu exemplo de vida cristã. Amém.

Pai Nosso, Ave Maria, Glória ao Pai.

 

ORAÇÃO FEITA POR SÃO CARLOS BORROMEU DIRIGIDA AO ANJO DA GUARDA

Meu bom Anjo da Guarda, não sei quando e de que modo irei morrer. É possível que eu seja levado de repente ou que, antes do meu último suspiro, eu me veja privado das minhas capacidades mentais. E há tantas coisas que eu quereria dizer a Deus, no limiar da Eternidade… Por isso hoje, com a plena liberdade da minha vontade, venho pedir, Anjo da minha guarda, que faleis por mim nesse temível momento. Direis, então, ao Senhor, meu bom Anjo da Guarda:

– Que quero morrer na Santa Igreja Católica Apostólica Romana, no seio da qual morreram todos os santos, depois de Jesus Cristo, e fora da qual não há salvação.

– Que peço a graça de participar nos méritos infinitos do meu Redentor e que desejo morrer pousando meus lábios na Cruz que foi banhada com o Seu Sangue.

– Que aborreço e detesto os meus pecados que ofenderam a Jesus e que, por amor a Ele, perdoo os meus inimigos, como eu próprio desejo ser perdoado.

– Que aceito a minha morte como sendo da vontade de Deus e que, com toda a confiança, me entrego ao Seu amável e Sacratíssimo Coração, esperando em toda a sua misericórdia.

– Que, no meu inexprimível desejo de ir para o Céu, me disponho a sofrer tudo quanto a Sua soberana Justiça haja por bem infligir-me.

Não recuseis, ó Santo Anjo da minha guarda, ser o meu intérprete junto de Deus e expor diante dEle que estes são os meus sentimentos e a minha vontade. Amém.

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