Mais de 56 mil migrantes foram beneficiados por ações de integração socioeconômica no Brasil
Dados da OIM mostram avanços na empregabilidade e capacitação de refugiados e migrantes em 16 unidades da federação entre 2019 e 2025.

A Organização Internacional para as Migrações (OIM Brasil) divulgou o relatório Integração socioeconômica de pessoas migrantes no Brasil – Agosto de 2025, que aponta 56.745 pessoas beneficiadas por iniciativas voltadas à empregabilidade e capacitação profissional de migrantes e refugiados. As ações integram o Projeto Oportunidades no Brasil, desenvolvido em parceria com quase 90 instituições locais e realizado em 15 estados e no Distrito Federal.

Entre dezembro de 2019 e agosto de 2025, foram contabilizadas 6.591 contratações formais, sendo 3.344 por meio das Vagas de Emprego Sinalizadas (VES), modalidade da Estratégia de Interiorização da Operação Acolhida, e 3.247 contratações locais.

Capacitação e empregabilidade

O levantamento também mostra que a qualificação profissional tem sido uma das principais frentes de atuação. Foram ofertados 8.503 cursos profissionalizantes, 8.209 cursos de língua portuguesa, 6.529 treinamentos de empreendedorismo e 7.208 capacitações voltadas ao recrutamento no setor privado. Além disso, 48.799 representantes do setor público e da sociedade civil participaram de formações sobre políticas e boas práticas para a integração de migrantes.

O recorte de gênero indica alta participação feminina, com predominância de mulheres em quase todas as atividades: 77% nos treinamentos de empreendedorismo e 54% nos cursos de língua portuguesa.

Perfis e nacionalidades

A maioria dos beneficiários é de origem venezuelana (68%), seguida por haitianos (27%), angolanos (4%), cubanos (2%) e outros países (3%). O relatório também mostra que 89% dos participantes são mulheres, o que reforça o papel das migrantes como protagonistas na reconstrução de suas trajetórias no Brasil.

As ações de integração se concentram nos estados do Rio Grande do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Pernambuco, Paraíba, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Alagoas, Bahia, Ceará, Mato Grosso, Goiás, Maranhão, Piauí e no Distrito Federal. Os principais setores de inserção laboral são a indústria de alimentos (62%) e a indústria de manufatura (38%).


Texto: Vitor da Cruz Azevedo, setor de conteúdo do Departamento Regional de Comunicação.

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