
Fundada em 1895, a Capelania tornou-se um dos primeiros centros pastorais voltados ao cuidado espiritual dos migrantes no Brasil
A Congregação dos Missionários de São Carlos – Scalabrinianos e a comunidade da Paróquia São José e Santa Felicidade celebram, no 1º de novembro de 2025, os 130 anos de instalação da Capelania Italiana de Santa Felicidade, marco histórico na evangelização e na acolhida dos imigrantes italianos no Paraná.
Fundada em 1895, a Capelania tornou-se um dos primeiros centros pastorais voltados ao cuidado dos migrantes no Brasil, testemunhando a presença viva do carisma scalabriniano desde os primórdios da Congregação.
As origens da Colônia Italiana e a primeira capela dedicada a São José
A história da Capelania está entrelaçada com a da própria Colônia Italiana de Santa Felicidade, formada em 1878 por 15 famílias vindas da Itália. Motivadas pela fé e pela esperança de um novo começo, essas famílias construíram, em 1882, uma pequena capela de madeira dedicada a São José, sinal da profunda religiosidade que animava a vida dos primeiros colonos.
Poucos anos depois, em 1886, chegava o sacerdote italiano Pe. Pedro Colbachini, pioneiro no atendimento pastoral das colônias italianas do Paraná e figura central na origem da futura Capelania.
O pedido de missionários e o início da presença scalabriniana no Brasil
Inspirado pelo exemplo e pelo carisma do então bispo de Piacenza, na Itália, Dom João Batista Scalabrini, Pe. Colbachini entrou em contato com o fundador dos Missionários de São Carlos, pedindo missionários para acompanhar os imigrantes italianos que se espalhavam pelo Sul do Brasil.
O pedido foi atendido em 8 de agosto de 1888, com a chegada dos primeiros padres scalabrinianos: Pe. Domenico Mantese e Pe. Giuseppe Molinari.
A criação oficial da Capelania Italiana de Santa Felicidade
A presença missionária ganhou novo impulso com a instalação oficial da Capelania Italiana de Santa Felicidade em 1º de novembro de 1895, quando o bispo de Curitiba, Dom José de Camargo Barros, transferiu a sede da Capelania de Água Verde para Santa Felicidade, confiando seus cuidados ao Pe. Francisco Brescianini, CS.
A nova Capelania passou a abranger um amplo território, que incluía diversas colônias vizinhas, entre elas Água Verde, Umbará, Campo Comprido, Pilarzinho e Rondinha.
Santa Felicidade se torna referência de fé, cultura e solidariedade
Sob os cuidados pastorais dos Missionários de São Carlos – Scalabrinianos, Santa Felicidade tornou-se referência de fé, cultura e solidariedade entre os migrantes. A dedicação dos sacerdotes e religiosas marcou profundamente a vida comunitária: em 1900, foi inaugurada a Escola Paroquial, confiada às Irmãs do Sagrado Coração de Jesus, hoje Colégio Imaculada Conceição.
Em 1937, a antiga capelinha foi elevada à Paróquia São José de Santa Felicidade, tendo como primeiro pároco o Pe. Pedro Rigo, CS.
A continuidade do carisma scalabriniano na vida paroquial
Ao longo de sua trajetória, dezenas de sacerdotes scalabrinianos serviram à comunidade, perpetuando o ideal de São João Batista Scalabrini de “fazer da Igreja uma casa aberta para todos os povos”.
Hoje, sob o pastoreio do Pe. Luiz Alfonso Espinel Vargas, CS, a Paróquia São José e Santa Felicidade continua sendo sinal de fé e acolhimento, mantendo viva a herança dos primeiros migrantes que ali plantaram suas raízes espirituais e culturais.
Uma história marcada pela fidelidade, serviço e evangelização
Celebrar os 130 anos da Capelania Italiana de Santa Felicidade é reconhecer uma história marcada por fidelidade, serviço e evangelização.
É render graças por uma comunidade que, guiada por seus pastores, soube transformar o desafio da migração em expressão concreta de comunhão e esperança.
Texto: Vitor da Cruz Azevedo, setor de conteúdo do Departamento Regional de Comunicação.
Foto: Arquivo regional.




