
No domingo, 1º de junho, a Igreja celebrou a Solenidade da Ascensão do Senhor, mistério da fé que marca a glorificação de Cristo e a exaltação da natureza humana, elevada aos céus. Na mesma data, em espírito de comunhão, os Missionários de São Carlos – Scalabrinianos celebraram a memória litúrgica dos 120 anos da passagem para a vida eterna de São João Batista Scalabrini, Santo Fundador da Congregação e proclamado pela Igreja como o Pai dos Migrantes.
As Celebrações Eucarísticas realizadas nos sete países que compõe a Região Nossa Senhora Mãe dos Migrantes (RNSMM) expressaram, de modo visível, a universalidade da fé católica e a comunhão dos povos em torno da Mesa da Palavra e da Eucaristia, onde não há fronteiras ou distinções. É assim que ensina o Concílio Vaticano II, na Constituição Dogmática Lumen Gentium, que considera todos os fiéis, dispersos pelo mundo, unidos em comunhão com Cristo e com seu Corpo místico, que é a Igreja (LG, 13).
A presença de pessoas nativas dos países e de migrantes de diferentes nações nas celebrações revelou a dimensão peregrina da Igreja, que caminha rumo à pátria celeste. A Solenidade da Ascensão recorda que Cristo, subindo ao céu, prepara um lugar para todos os seus irmãos, como afirmou: “Vou preparar-vos um lugar. E quando eu tiver ido e vos tiver preparado um lugar, voltarei e vos levarei comigo, para que onde eu estiver, estejais vós também” (Jo 14,2-3)”.
São João Batista compreendeu profundamente este mistério ao nos recordar que: “Somos peregrinos rumo à verdadeira pátria, a Pátria Celeste”. Em seus escritos e discursos, Scalabrini ensinou que a missão da Igreja junto aos migrantes não é apenas um ato de caridade, mas parte de sua natureza evangelizadora, pois o migrante é Cristo que caminha. Essa visão foi reafirmada pelo Papa Francisco, ao canonizá-lo em 2022, que o chamou de “Apóstolo da Caridade Cristã entre os migrantes”.
A liturgia da Ascensão, ao mesmo tempo que celebra a vitória de Cristo sobre a morte e seu retorno ao Pai, impulsiona a missão evangelizadora da Igreja, inspirada no mandato do Senhor: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16.15).
Assim, a memória litúrgica de São João Batista Scalabrini, associada à Solenidade da Ascensão, recorda aos fiéis que a missão com os migrantes é parte da vocação da Igreja una, santa, católica e apostólica, e que todos somos chamados a caminhar, como irmãos, sob o olhar do Cristo glorificado, Senhor da história e dos povos.
Em cada Celebração Eucarística realizada nos sete países da Região, ressoou a mesma fé, o mesmo Evangelho, o mesmo Cristo. Os diferentes idiomas, culturas e tradições reuniram-se ao redor do único altar, expressão viva da catolicidade e da unidade da Igreja, como profetizou Isaías: “E virão muitos povos, e dirão: vinde, subamos ao monte do Senhor… pois de Sião sairá a Lei, e de Jerusalém a Palavra do Senhor” (Is 2,3).
A celebração conjunta da Ascensão do Senhor e da memória de São João Batista Scalabrini foi, portanto, um sinal claro de que a missão junto aos migrantes é expressão da esperança escatológica da Igreja, que aguarda o retorno glorioso de Cristo e caminha, com os olhos no céu, sem deixar de amar e servir os irmãos na terra.
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Texto: Vitor da Cruz Azevedo, Setor de Conteúdo do Departamento Regional de Comunicação.
Foto: Arquivo Pessoal.




