Papa Francisco inicia Ano Jubilar com abertura da Porta Santa na Basílica de São Pedro

Nesta terça-feira, 24 de dezembro, véspera do Natal do Senhor, o Papa Francisco dará início ao Jubileu 2025 – Peregrinos da Esperança, também conhecido como Ano Santo, com a cerimônia de abertura da Porta Santa na Basílica de São Pedro.

A Porta Santa, como explica o site oficial do Jubileu 2025, simboliza o acolhimento e o perdão. Sua abertura pelo Papa marca o início do Ano Santo, um momento de renovação para os fiéis. Originalmente, existia apenas uma Porta Santa, localizada na Basílica de São João de Latrão, catedral do bispo de Roma. Para permitir maior participação, outras basílicas de Roma passaram a oferecer o mesmo gesto.

Ao atravessar o limiar da Porta Santa, o peregrino rememora o Evangelho de João, capítulo 10: "Eu sou a porta: se alguém entrar através de mim, será salvo; entrará e sairá e encontrará pastagem." O gesto simboliza a decisão de seguir e ser guiado por Jesus, o Bom Pastor. A porta também representa um ponto de transição na igreja, um espaço de comunhão com Cristo, que simboliza o encontro, o diálogo, a reconciliação e a paz.

Em Roma, a experiência adquire um significado especial devido à memória de São Pedro e São Paulo, apóstolos que fundaram a comunidade cristã local.

Os migrantes, mestres esperança

Em 28 de outubro de 2024, o Papa Francisco recebeu os membros do 16º Capítulo Geral dos Missionários de São Carlos – Scalabrinianos, e destacou que os migrantes são "mestres da esperança". Segundo o Papa, eles continuam sua jornada em busca de uma vida melhor, mesmo diante de dificuldades e rejeições.

O Santo Padre enfatizou a necessidade de uma pastoral que traga esperança, alertando que a migração, se não for acompanhada, pode gerar solidão e desespero. A prática pastoral Scalabriniana, voltada ao cuidado dos migrantes, se conecta com o espírito jubilar, atendendo a essas feridas e promovendo o acolhimento e a reconciliação, focando no reconhecimento da dignidade do outro.

O Sumo Pontífice também abordou a importância de acolher, promover e integrar os migrantes, destacando a necessidade da Itália de contar com eles para enfrentar o envelhecimento populacional e a baixa taxa de natalidade. Esse reconhecimento da dignidade do migrante como "dom de Deus" reforça a proposta do Jubileu de superar divisões e promover um mundo mais justo.

O que é o Jubileu?

O termo "Jubileu" refere-se a um ano especial, com origem no "yobel", o chifre de carneiro utilizado para anunciar o início da celebração do Dia da Expiação (Yom Kippur). Embora o Jubileu seja celebrado anualmente, adquire maior significado quando coincide com o início de um Ano Santo. Sua origem bíblica descreve o Jubileu como um evento a cada 50 anos, representando um "ano extra" dentro do ciclo de sete anos sabáticos (Lv 25,8-13). Embora sua aplicação fosse complexa, o Jubileu foi instituído como uma oportunidade para restaurar as relações com Deus, entre as pessoas e com a criação, incluindo a remissão de dívidas, a devolução de terras arrendadas e o descanso da terra.

O Papa Bonifácio VIII proclamou o primeiro Jubileu em 1300, também chamado de “Ano Santo”, um período em que os fiéis vivenciam a santidade de Deus. A frequência do Jubileu variou ao longo do tempo: inicialmente celebrado a cada 100 anos, passou para 50 anos em 1343 com Clemente VI, e para 25 anos em 1470 com Paulo II. Além disso, existem jubileus "extraordinários", como o de 1933, proclamado por Pio XI para comemorar o aniversário da Redenção, e o Ano da Misericórdia, proclamado por Francisco em 2015. As celebrações também evoluíram ao longo do tempo. No início, os fiéis faziam peregrinação às Basílicas de São Pedro e São Paulo, em Roma, e, com o tempo, passaram a incluir outros rituais, como a abertura da Porta Santa. Durante o Ano Santo, os participantes recebem indulgência plenária.


Texto: Vitor da Cruz Azevedo, Setor de Conteúdo do Departamento Regional de Comunicação.

Foto: Vatican News.

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