
Levantamento revela que baianos e mineiros formam os maiores grupos, respondendo juntos por mais de 40% do total de migrantes em São Paulo.
Cerca de 20% dos 44,4 milhões de moradores do estado de São Paulo (o equivalente a 8,6 milhões de pessoas) nasceram em outros estados do Brasil. O dado faz parte do levantamento mais recente da Fundação Seade – Sistema de Elaboração de Análise de Dados, elaborado com base no Censo Demográfico de 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Origem dos migrantes
O estudo mostra que baianos e mineiros formam os maiores grupos, respondendo juntos por mais de 40% do total de migrantes em São Paulo. Em seguida aparecem os nascidos no Paraná, Pernambuco e Ceará (30%), além de Alagoas, Paraíba, Piauí, Rio de Janeiro e Maranhão (19%). A presença dessas comunidades reforça a diversidade cultural paulista.
Perfil etário
Há diferença significativa na idade média entre grupos populacionais. Enquanto os paulistas nativos têm média de 35 anos, os residentes vindos de outros estados apresentam média de 49 anos. Entre estrangeiros no estado, a média é de 48 anos. O estudo ressalta que a presença dos filhos dos migrantes, nascidos em São Paulo, contribui para o rejuvenescimento populacional.
Migração em sentido inverso
O movimento migratório também ocorre de São Paulo para outras regiões. Atualmente, cerca de 2,9 milhões de paulistas vivem em outros estados. Os principais destinos são Paraná e Minas Gerais (39% do total), seguidos por Bahia, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Rio de Janeiro (28%). Pernambuco, Mato Grosso, Goiás e Ceará concentram outros 16%.
Impactos sociais e econômicos
O levantamento destaca que a intensidade da migração gera efeitos diretos sobre a dinâmica social e econômica paulista. Entre eles estão:
Mercado de trabalho – A entrada de migrantes em idade ativa amplia a oferta de mão de obra, especialmente nos setores de serviços, comércio e construção, mas demanda políticas de formação profissional.
Investimento público – O aumento populacional exige ampliação de políticas em áreas como habitação, saneamento e mobilidade, elevando a complexidade da gestão regional.
Cultura e consumo – A diversidade migratória impulsiona novas práticas culturais, gastronômicas e de consumo, fortalecendo a economia criativa.
Regiões de origem – A saída de moradores de estados com menor infraestrutura evidencia desigualdades regionais, ao mesmo tempo em que transfere dinamismo econômico para os destinos.
Desafios demográficos – O envelhecimento da população migrante aponta para a necessidade de políticas de saúde e apoio social específicas.
Texto: Vitor da Cruz Azevedo, Setor de Conteúdo do Departamento Regional de Comunicação.
Foto: Adobe Stock.




