
No último domingo, 03 de novembro, na Igreja Nossa Senhora da Paz, região do Glicério, São Paulo, foi realizada uma Missa de Ação de Graça pelos 50 anos da Casa do Migrante. A Celebração Eucarística foi presidida pelo Superior Regional da Região Nossa Senhora Mãe dos Migrantes (RNSMM), Padre Alexandre Biolchi, CS.
No início da celebração, foi chamado ao púlpito Dirceu Cutti, antigo membro da Coordenação da Casa do Migrante e contemporâneo do fundador, Padre Alberto Zambiazi, CS. Em seu discurso, Dirceu ressaltou que a trajetória da Casa foi marcada por desafios, reveses e complexidades. “Hoje, temos a oportunidade de deixar isso de lado e celebrar o verdadeiro DNA da Casa: um espaço de acolhida”, afirmou.
Na homilia, Pe. Alexandre refletiu sobre o caráter universal do chamado à Santidade, celebrado no último domingo em ocasião da Solenidade de Todos os Santos. “Todos somos chamados a viver a santidade. Mas, como disse o Papa Francisco na última sexta-feira, existe uma santidade oculta”, destacou o Superior Regional da RNSMM. “Ao celebrar esses 50 anos da Casa do Migrante, certamente muita santidade, muitas pessoas santas que dedicaram [seu trabalho]; viveram e encontraram ali a forma de aproximar-se de Deus e santificar sua vida. Muitos se dedicaram a acolhida dos migrantes, fizeram, através da sua vida caritativa e doação, seu caminho para a santidade”, apontou Pe. Alexandre Biolchi.
Durante seu discurso, o Superior Regional da RNSMM também convidou a congregação a refletir sobre três olhares em relação à Casa do Migrante.
“O primeiro olhar é o da Gratidão. (...) um agradecimento por tudo o que realizamos ao longo desses 50 anos, pelas sementes plantadas, pelos frutos colhidos e por tudo aquilo que ainda vamos colher. O segundo olhar deve ser o da compaixão e não o da indiferença com o presente. (...) Que possamos viver a caridade, virtude essa que nos aproxima da santidade. (...) E o terceiro olhar é o da esperança para o futuro. Os migrantes são mestres da esperança, como disse o Papa Francisco, pois, mesmo em meio ao caos, onde tudo parece perdido, eles partem com a expectativa de um futuro melhor”, enfatizou o Superior Regional.
Fundada em 1974 pelo Padre Alberto Zambiazi, CS, a Casa do Migrante é um abrigo que tem capacidade para acolher até 110 pessoas, com dormitórios femininos e masculinos, além de áreas mistas de integração, incluindo biblioteca, sala de reuniões, brinquedoteca e lavanderia. Durante a estadia, os migrantes têm direito a alimentação, aulas de português, apoio psicológico e acompanhamento por assistentes sociais. Os residentes recebem materiais de higiene pessoal e roupas, além de poderem usar o endereço da casa para recebimento de correspondência.
Texto: Vitor da Cruz Azevedo, Setor de Conteúdo do Departamento Regional de Comunicação
Foto: Denys Gardi.