
Na última sexta-feira, 13 de junho, dia em que a Igreja celebra a memória litúrgica de Santo Antônio, a Igreja dedicada ao Santo, localizada na Praça do Patriarca, no centro de São Paulo, Brasil, promoveu diversas Celebrações Eucarísticas em honra ao Padroeiro dos pobres, dos viajantes e dos oprimidos.
As celebrações contaram com a participação de Padres Scalabrinianos da Região Nossa Senhora Mãe dos Migrantes (RNSMM), incluindo o Superior Regional, Pe. Alexandre De Nardi Biolchi, CS que concelebrou a Eucaristia ao lado de Dom Rogério Augusto das Neves, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Paulo.

No dia de seu padroeiro a Igreja Santo Antônio recebe celebração especial
Além das Santas Missas, a Igreja realizou a distribuição dos tradicionais “pãezinhos de Santo Antônio”, um símbolo que representa a fartura e o Pão que é o próprio Jesus Cristo.

Igreja Santo Antônio Celebrando seu padroeiro em SP.
Modelo de virtudes para os Scalabrinianos
A festa litúrgica de Santo Antônio é marcada pela gratidão e pela devoção popular, especialmente entre os mais pobres e necessitados. Doutor da Igreja e grande pregador do Evangelho, o Santo de origem portuguesa é conhecido por sua profunda caridade, sabedoria e defesa dos marginalizados. Sua memória litúrgica recorda o compromisso cristão com os que vivem em situação de vulnerabilidade — algo que se expressa não apenas na piedade popular, mas também no serviço concreto de solidariedade.
Essa dimensão de cuidado com os pobres, excluídos e viajantes (que podemos caracterizar como migrantes) faz com que Santo Antônio tenha um lugar na espiritualidade da Congregação dos Missionários de São Carlos – Scalabrinianos. Fundada por São João Batista Scalabrini, os Missionários têm como missão acompanhar e servir os migrantes e refugiados, promovendo a dignidade humana e a integração. A figura de Santo Antônio, homem de fé e ação, inspira os Scalabrinianos em seu trabalho pastoral e social com os que vivem longe de sua terra, especialmente os que enfrentam pobreza, discriminação e abandono.

No dia de seu padroeiro a Igreja Santo Antônio recebe celebração especial
Sobre a Igreja Santo Antônio, São Paulo, Brasil
A Igreja de Santo Antônio, localizada na Praça do Patriarca, em São Paulo, é considerada a mais antiga ainda remanescente da cidade. Sua fundação remonta às últimas décadas do século XVI. A referência mais antiga ao templo aparece no testamento do bandeirante Afonso Sardinha, datado de novembro de 1592, no qual ele destina dois cruzados à “ermida de Santo Antônio” — indício de que a construção é anterior a essa data.
Ao longo dos séculos, a Igreja abrigou diferentes ordens religiosas. No século XVII, foi sede da Ordem dos Franciscanos; no século XVIII, esteve sob a responsabilidade da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Brancos. Passou por diversas reformas ao longo dos últimos quatrocentos anos, destacando-se a reinauguração da fachada em estilo eclético, realizada em 1919.

Igreja Santo Antônio Celebrando seu padroeiro em SP.
O interior do templo guarda valiosos testemunhos da arte colonial produzida em São Paulo. Durante a restauração feita em 2005, foram descobertas no forro do altar-mor pinturas murais do século XVII, consideradas as mais antigas de que se tem notícia na cidade, com notável qualidade técnica e artística. A importância histórica, arquitetônica e artística da Igreja de Santo Antônio garantiu seu tombamento pelo Condephaat em 1970.
A edificação enfrentou dois incêndios ao longo de sua história: o primeiro, em 1891, provocado pelo prédio vizinho; o segundo, em 1991, que afetou os fundos da igreja. Após o sinistro de 1891, a prefeitura determinou a demolição e reconstrução da torre e da fachada para adequação ao novo traçado da rua Direita. As obras, concluídas em 1899, foram financiadas por moradores da região, entre eles o barão de Tatuí e o conde de Prates.

No dia de seu padroeiro a Igreja Santo Antônio recebe celebração especial
A grande restauração iniciada em 2005, viabilizada pela Lei de Incentivo à Cultura e supervisionada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat), teve como objetivo resgatar as feições barrocas originais do interior da igreja. Nessa intervenção, talhas do século XX foram removidas, revelando retábulos e pinturas do século XVII, com destaque para representações de anjos. No forro do altar-mor, uma pintura seiscentista surpreendentemente preservada resistiu aos dois incêndios, sendo hoje considerada possivelmente o afresco mais antigo da cidade — uma rara expressão da pintura autônoma produzida no período colonial.
Desde 1908, a Igreja é confiada à Congregação dos Missionários de São Carlos – Scalabrinianos. A decisão partiu do Conde Eduardo Prates, então responsável pela Confraria de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Brancos, com a anuência do Arcebispo Dom Duarte Leopoldo e Silva e do Superior Geral, Pe. Faustino Consoni. O primeiro Capelão Scalabriniano foi o Pe. Marcos Simoni, que assumiu a função em outubro de 1908 e permaneceu até 1920. Atualmente, o Pe. Cesare Ciceri, CS, atua como Superior Local, Capelão e Confessor.

Igreja Santo Antônio Celebrando seu padroeiro em SP.
Texto: Vitor da Cruz Azevedo, Setor de Conteúdo do Departamento Regional de Comunicação.
Fotos: Arquivo Regional da RNSMM.




