Medo e insegurança são os sentimentos que afligem os afegãos que estão “acampados” no Aeroporto Internacional de Guarulhos (GRU) desde a noite da quarta-feira, 21 de junho de 2023. Sem vagas para abrigos, os imigrantes esperam por acolhimento nos corredores do local.
Desde 2021, quando os radicais do Talibã assumiram o poder, milhões de afegãos têm deixado o país para fugir de um regime que viola seus direitos. O Brasil passou a se tornar destino de parte desses imigrantes quando foi publicada uma portaria interministerial, em setembro de 2021, autorizando o visto temporário e a residência por razões humanitárias.
De acordo com informações da ONG Coletivo Frente Afegã, que acompanha a situação dos imigrantes desde o ano passado, este é o maior número de refugiados no aeroporto desde fevereiro, quando houve o zeramento destes nas dependências do local.
Miguel Freire Couy, um dos integrantes da ONG, afirma que na atual conjuntura, eles não possuem infraestrutura para ajudar todos os afegãos. “Estamos operando em um plano e esperando por mais doações para conseguirmos disponibilizar alimentação e higiene pessoal de todos, pois até momento não há nenhum amparo público para promover o o mínimo de qualidade de vida aos refugiados”, pontua.
SURTO DE ESCABIOSE
Na sexta-feira, 23 de junho de 2023, foi constatado entre os refugiados um surto de escabiose, doença popularmente conhecida como sarna e causada por um ácaro que entra na pele e provoca forte coceira.
A sarna é facilmente transmitida entre pessoas e é muito comum em locais com grande aglomeração. No caso dos afegãos que estão no aeroporto, o uso de cobertores coletivos e o pouco espaço para esperar um abrigo público podem ter contribuído para o surto.
AJUDA
O trabalho da ONG continua na busca pela garantia básica de direitos humanos dos imigrantes e refugiados. Se você tiver interessado em mais informações ou ajudar, entre em contato através do @coletivofrenteafega.