
A Organização Internacional para as Migrações (OIM) informou que mais de 72 mil migrantes morreram ou desapareceram em rotas migratórias ao redor do mundo desde 2014. Os dados constam em relatório divulgado recentemente, que destaca o agravamento da situação em países afetados por crises humanitárias.
Segundo o levantamento, o ano de 2023 registrou o maior número de mortes até o momento, com pelo menos 8.938 óbitos em contextos migratórios. Em informações disponíveis no portal Correio do Povo, aproximadamente 75% dos casos desde 2014 ocorreram enquanto as vítimas tentavam escapar de conflitos armados, insegurança, desastres naturais ou outras emergências.
Mais de 52 mil pessoas morreram ao fugir de um dos 40 países atualmente contemplados por planos de resposta humanitária da ONU. Entre os migrantes mortos, um em cada quatro era originário de nações em crise, como Afeganistão, Mianmar e Síria.
A travessia pelo Mediterrâneo Central permanece como a rota mais letal, com cerca de 25 mil desaparecimentos no mar nos últimos dez anos — metade deles após saídas da Líbia. O deserto do Saara também figura entre as áreas mais perigosas, com numerosos casos de desaparecimentos.
Desde 2014, mais de 5 mil pessoas morreram ao tentar deixar o Afeganistão, especialmente após a retomada do poder pelos talibãs, em 2021. A crise dos rohingyas resultou em mais de 3.100 mortes, a maioria em naufrágios ao tentar cruzar para Bangladesh.
Texto: Vitor da Cruz Azevedo, Setor de Conteúdo do Departamento Regional de Comunicação.
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