A vocação é como uma semente delicadíssima, introduzida pela própria mão de Deus, na alma que vem peregrinar sobre a terra[1]. Esse pensamento de São João Batista Scalabrini nos convida a deixarmos florescer em nós o apelo vocacional que brota no mais íntimo do nosso ser, e a promovermos nos irmãos e irmãs o despertar do chamado que Deus faz a cada ser humano, a cada vocacionado (a).
A Igreja do Brasil nos insere, a cada ano, numa perspectiva de animação vocacional ao salientar agosto como o mês vocacional. Somos convidados e convocados, nesse mês, a nos unirmos em oração pelas vocações, pedindo ao Senhor da Messe que envie operários para a colheita (cf. Mt 9, 38). A Conferência Episcopal Latino-Americana de Puebla exorta que “todos nós cristãos devemos, conforme o desígnio divino, realizar-nos como seres humanos e como cristãos vivendo nosso Batismo nos seus traços e chamamento à santidade, a sermos membros ativos da comunidade, e dar testemunho do Reino e devemos descobrir a vocação concreta que nos permite trazer nossa contribuição específica à construção do Reino”.
Desse modo, podemos compreender que toda vocação é um carisma, um chamado ao serviço, dom de Deus que nasce do encontro íntimo e pessoal com Ele, que enche e transforma a vida de cada vocacionado (a), cada homem e mulher, e faz com que a nossa vocação frutifique em ação de graças a Deus colocando-nos no caminho de discípulos missionários, seguidores de Cristo Jesus e anunciadores da Boa-Nova.
O mês vocacional no Brasil teve início no ano de 1981, com o intuito de fazer com que todas as comunidades da Igreja se sentissem parte ativa do processo do despertar vocacional. A cada semana desse mês, somos convidados a refletirmos e rezarmos por uma vocação específica: pelos ministérios ordenados, pela vocação matrimonial, pela vida consagrada e pela vocação laical, respectivamente.
Neste ano de 2024 o tema proposto pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) é ‘Igreja como uma sinfonia vocacional’, e o lema ‘Pedi, pois, ao Senhor da Messe’. Com isso, a Igreja salienta justamente a complementariedade das vocações, e faz como que nós, comunidade de fé, unamos nossas vozes em oração de súplica para formarmos uma sinfonia que se torna agradável ao Senhor.
Peçamos a Maria Santíssima, Mãe de Deus e nossa, que interceda junto ao seu divino Filho por cada um de nós para que escutemos generosamente a palavra do Senhor acolhendo-a, testemunhando-a e doando-a aos irmãos e irmãs para juntos construirmos uma Igreja e uma sociedade em sinfonia vocacional.
Por: Padre Marcos Henrique da S. Nunes, CS
