Meu nome é Pamela Rodríguez, tenho 25 anos, sou casada, psicóloga de profissão e desde jovem participava de missas, encontros de jovens e formações realizadas pelos Scalabrinianos e sempre admirei a dedicação que eles têm em tudo o que fazem. Hoje posso trabalhar mais de perto da minha profissão com os jovens, seja dando palestras ou no acompanhamento psicológico dos encontros. Posso observar a grande necessidade dos jovens de serem ouvidos, compreendidos e, principalmente, orientados.
Atualmente encontramos muitos desafios como: a busca imediata de dopamina (prazer), conforto e o individualismo, que são pregados a todo momento.
Os jovens vivem em um mundo que oferece felicidade a cada momento por meio de entretenimento e vícios, mas que não existe entrega e sim, prazeres momentâneos seguidos de vazio. São exortados a desfrutar da juventude e da sexualidade, mas ao mesmo tempo propõem que não gozem de um dos frutos do amor: constituir família e desfrutar dos filhos, da maternidade e da paternidade. Pela pressão social que te faz temer ter filhos e aceitar um compromisso que implica em se dedicar e servir aos outros.
O avanço da tecnologia trouxe muitos benefícios, facilitou muitas coisas para nós, mas também trouxe efeitos colaterais, principalmente na vida de muitos jovens que passam muito tempo de lazer nas redes sociais, de fácil acesso a qualquer tipo de conteúdo, gera confusão enorme como a comparação com outros estilos de vida, e que muitas vezes não são reais, querendo imitá-los e se frustrando porque cada um vive uma realidade e tem uma circunstância diferente.
Tudo isto leva a um aumento de jovens cansados, com sentimento de vazio, desencorajados no convívio social, apáticos, que passam a sofrer de transtornos de ansiedade que, se não forem tratados, muitas vezes levam à depressão, ou muitas vezes a eles próprios. Na desesperada busca de uma solução aparentemente "rápida", recorrem a métodos que não os ajudam em nada, como a automutilação, causando maiores danos e colocando em risco a própria vida.
Talvez haja falta de firmeza por parte dos pais. De fato, é comum vê-los temer que o filho enfrente um esforço muito grande, é igualmente comum observar fraqueza em estabelecer limites, mantendo-se firme em suas palavras.
Somos o sal e a luz do mundo, não podemos ficar de braços cruzados e aceitar tudo o que o mundo oferece e tenta convencer a todo momento.
Muitos adolescentes ou jovens se perdem, ou pelo menos não atingem o empenho ou o grau de dedicação a que Deus nosso Senhor os chama, por falta da ajuda necessária. Eles precisam de ajuda para fazer crescer a semente plantada por Deus em sua alma, e assim vir a dar frutos. Isso é alcançado se nós, como guias, permanecermos como exemplos e os guiarmos de maneira oportuna e motivadora.
A partir do papel que desempenhamos, seja como pais, líderes de grupo ou professores, podemos contribuir com nosso grão de areia em suas vidas. Lembrando que a maior fonte de onde tudo nasce, se imita e se aprende é a família.
Como pais, seria ideal criar um ambiente emocional fortalecido, firme, aberto ao diálogo, onde seja mais fácil falar sobre as dificuldades que enfrentam nesta fase. Onde se pode falar de afetividade, de virtudes, principalmente da força que nos ajuda a resistir às tentações e a vencer os obstáculos da vida.
Outra virtude muito importante a ser cultivada é a virtude da temperança, ela nos ajuda a moderar os prazeres da comida, da bebida e do sexo. É ela quem nos vai ajudar a combater aquela cultura do imediatismo tão instalada onde queremos as coisas para ontem, não sabemos esperar, como fazíamos antes, por exemplo, que para ver as fotos que os nossos pais nos tiraram devíamos aguardem que sejam reveladas, hoje com poucos cliques, as fotos são tiradas, editadas, compartilhadas e podem ser visualizadas em qualquer lugar do mundo.
Os jovens precisam e merecem esperança. Vamos incentivá-los a ter coragem, mostrar-lhes que é de seu entusiasmo, força e paixão que precisamos no trabalho de nossa igreja. Para mostrar a eles que podemos ir longe fazendo obras comuns como oração, jejum e esmola, não precisamos de nada extraordinário. Dê-lhes apoio constante, para que a chama que às vezes acende durante um fim de semana de reunião ou retiro não se apague no caminho, ensine-os sobre a perseverança e as alegrias dos dias comuns, que nem sempre vivem esperando algo extraordinário. Pois bem, se procuramos sempre nos surpreender, é possível que nos percamos pelo caminho.
Não esqueçamos que a escuta da Palavra e a sua interiorização, o diálogo constante com Deus e a aproximação aos sacramentos serão o alimento para chegar ao compromisso de serviço na Igreja e na sociedade.
As jovens testemunhas de Cristo, apóstolos de outros jovens, precisarão da amizade contínua com aquele Deus, cujo deleite é estar com os filhos dos homens. Ninguém dá o que não tem e para falar de Deus tem que ter falado com Ele antes.