
Em 12 de março de 2013, o mundo testemunhou um evento que marcou todos os católicos, o início de uma trajetória de muitos ensinamentos: a eleição de Jorge Mario Bergoglio como Papa Francisco.
Desde o início de seu pontificado, o Papa Francisco dirigiu muitas mensagens de incentivo, esperança e ensinamento aos jovens. Uma das frases mais marcantes foi sobre a rebeldia, a coragem de ser diferente em um mundo com valores cada vez mais invertidos. Como ele mesmo defendia, “sejam revolucionários, vão contra a corrente”. O que parecia ser algo negativo, ganhou novo significado com um chamado para se opor a um sistema, cuja ideia afirma que não existe verdade absoluta e que tudo é permitido, onde a indiferença está cada vez mais presente e o egoísmo é prática comum.
Para Francisco, ser “rebelde” não é negativo, pois, no mundo de hoje, o maior ato de rebeldia é a fidelidade aos valores cristãos, que muitas vezes são esquecidos e rejeitados. Durante a Jornada Mundial da Juventude, o pontífice disse: “não deixem que a mediocridade apague seus sonhos, vocês são chamados a ser a faísca que acende um mundo novo”. Outro convite, no qual ele expressa que a juventude pode e deve utilizar sua energia e vitalidade na transformação de seu entorno e ser protagonista da mudança que almeja tanto.
Ir contra a maré, atualmente, significa querer viver a santidade, ouvir e responder ao chamado de Deus, lutar contra a injustiça social e promover a paz. No entanto, muitos jovens, em busca de aceitação, são silenciados e preferem seguir a maré.
Em uma de suas memoráveis mensagens, o Papa Francisco insistiu que viver o amor de Deus não deve ser um fardo. “Não podemos evangelizar com rostos tristes e semblantes sombrios”, lembrou ele em outra de suas mensagens. Para os jovens, isso se traduz em um chamado para proclamar o Evangelho com alegria, na certeza de que não há outra verdade pela qual valha a pena viver. Francisco exortou os jovens a serem portadores da luz de Cristo, a não se deterem em palavras, mas a colocarem em prática a esperança e a fé que são capazes de transformar o mundo. O melhor que podemos fazer com nossa vida é que, por meio dela, outras pessoas possam conhecer a Deus.
Outro exemplo valioso do legado de Francisco é a frase “Mais pontes, menos muros”; com essas palavras, Francisco expressou sua visão de construir um mundo mais justo, compassivo e solidário. Durante a Jornada Mundial da Juventude, jovens de diferentes culturas foram inspirados a construir pontes de diálogo, compreensão e amor ao próximo. Francisco incentivou os jovens a construírem essas pontes tijolo por tijolo, com pequenos gestos que podem se tornar corriqueiros no cotidiano: acolher os diferentes, ouvir com atenção e agir com empatia.
Também na Jornada Mundial da Juventude, Francisco sustentou que a Igreja é universal; somos todos diferentes e as diferenças nos tornam mais fortes. “Todos, todos, todos”, disse Francisco, referindo-se ao fato de que não deve haver exclusões e que todos nós somos uma parte importante da mesma comunidade eclesial, somos todos irmãos e irmãs no mesmo Deus.
Se olharmos da perspectiva atual, os jovens enfrentam vários problemas: pressão social, críticas, ansiedade, o uso constante (e, em alguns casos, indevido) da tecnologia e das redes sociais, fake news e muitos outros fatores, que muitas vezes nos paralisam e nos deixam sem saber como agir; o Papa Francisco também enfatizou em sua Carta Encíclica “Fratelli Tutti” que “a fé é o principal pilar para enfrentar os desafios do mundo moderno, enquanto o amor é o motor que permite construir pontes e superar divisões”. Não devemos nos esquecer de que nos tornamos mais fortes quando caminhamos com Cristo.
Dentre todo o legado deixado pelo Papa Francisco, ressaltou a importância da oração em nossas vidas como um ato transformador. “A oração muda tudo”, afirmou, incentivando os jovens a sonharem e a não deixar que roubem nossa esperança, mas sem esquecer a parte espiritual.
Hoje, o legado do Papa Francisco é um convite, um chamado para sermos agentes de mudança: jovens corajosos, sem medo de serem diferentes e de seguir a Cristo, esforçando-se para construir um mundo mais justo, pacífico e cheio de esperança. Usando a fé como nossa principal armadura e o amor como nosso maior aliado, somos “o presente e o futuro da igreja” e está em nossas mãos transformar nosso presente e construir um futuro melhor. Você aceita o desafio?
Texto: Stephannie Monback, Assessora da Juventude Scalabriniana Paraguai.
Foto: Arquivo Regional.