Mãe, rainha e padroeira do Brasil, Nossa Senhora da Conceição Aparecida

A devoção à Virgem Imaculada Conceição Aparecida, com o passar dos anos, tornou-se cada vez maior, e muitas graças foram obtidas através desse Título Mariano. Sua história remonta ao século XVIII. É um aspecto importante da cultura religiosa brasileira e é considerado um símbolo de fé e proteção para muitos fiéis.

Aparecida das águas

Em 1717, os pescadores João Alves, Felipe Pedroso e Domingos Garcia foram encarregados de conseguir peixes para o banquete que a Vila de Santo Antônio de Guaratinguetá ofereceria a Dom Pedro de Almeida e Portugal, o Conde de Assumar, que na época também era o Governador da Província de São Paulo e Minas Gerais, e estava visitando a região. Tomando suas redes, os homens foram ao Rio Paraíba realizar a pesca.

Ao chegarem no local, jogaram as redes várias vezes nas águas, porém, não tiveram sucesso. Antes de desistir, João Alves tentou mais uma vez e, lentamente, a puxou. Havia pescado alguma coisa, mas não era peixe, parecia uma espécie de madeira. Ao analisar o que veio nas redes, perceberam uma imagem dividida em dois pedaços: primeiro o corpo e, em seguida, a cabeça. Juntando as partes, elas se encaixaram perfeitamente.

Por um impulso, o pescador lançou, outra vez, a rede nas águas, e, ao retirá-la, percebeu que ficou tão pesada, que não conseguia tirá-la do rio, por estar repleta de peixes. Então, seus companheiros lançaram também as suas redes nas águas e a pesca daquele dia foi abundante.

Antes de levarem os peixes para o banquete, entregaram os pedaços da estátua a Silvana da Rocha Alves, esposa de Domingos, irmã de Felipe e mãe de João, que reuniu as duas partes com cera e a colocou num pequeno altar em sua casa, agradecendo a intercessão de Nossa Senhora pelo milagre ocorrido.

Em pouco tempo, a notícia da pesca milagrosa se difundiu pelas cidades vizinhas e, todas as noites, um grupo cada vez maior de simples pescadores começou a prestar homenagem à Virgem Maria e rezar o terço. Eles deram-lhe o nome de “Aparecida”, pois apareceu das águas. Em 1732, construíram a primeira capelinha em honra a Nossa Senhora da Conceição.

As igrejas

Com o passar do tempo, a multidão tornou-se tão numerosa que o primeiro oratório não comportava o número crescente de fiéis. Em 1737, construíram uma Capela maior. Foram muitos os testemunhos de graças e milagres alcançados naquele pequeno santuário.

Em 1834, foi iniciada a construção de uma igreja maior – a atual Basílica Velha, – concluída em 1888 e a estátua foi transferida para lá. Em 1904, a imagem foi coroada a pedido do Papa Pio X. Em 1908, a igreja recebeu o título de Basílica Menor, sagrada em 1909. Em 1930, o Papa Pio XI a elevou a Basílica, declarando Nossa Senhora Aparecida Padroeira do Brasil.

Rainha e Padroeira do Brasil

Em 1929, no encerramento do Congresso Mariano, Nossa Senhora Aparecida foi proclamada Rainha do Brasil, sob a Invocação de Aparecida. Em 31 de maio de 1931, a imagem foi levada ao Rio de Janeiro, para que diante dela, Nossa Senhora recebesse as homenagens oficiais de toda a nação, estando presente também o Presidente da República, Getúlio Vargas. Nossa Senhora Aparecida foi aclamada, então, por todos como “Rainha e Padroeira do Brasil”. Em 1958, a cidade de Aparecida foi elevada a arcebispado, sendo seu primeiro arcebispo Dom Carlos Carmelo de V. Mota. Em 1967, Aparecida recebeu a Rosa de Ouro enviada pelo papa Paulo VI.

O Maior Santuário Mariano do Mundo - O Santuário Nacional de Aparecida

Em 1980, o altar da Basílica Nova, maior Santuário mariano do mundo, foi consagrado pelo Papa João Paulo II, que lhe outorgou o título de Basílica Menor. Em 1983, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB –, declarou, oficialmente, a Basílica de Aparecida como Santuário Nacional.

Hoje, o Santuário é um grande centro evangelizador, confiado ao zelo apostólico dos Missionários Redentoristas desde 1894, responsáveis pela pastoral e pela administração, no atendimento aos romeiros e peregrinos que chegam de todas as partes do País e do exterior.

Visita de três Papas

Três Papas visitaram o Santuário Nacional: São João Paulo II, no ano de 1980, Bento XVI, quando abriu a V Conferência Episcopal Latino-americana e do Caribe em maio de 2007 e Papa Francisco em 2013, por ocasião das atividades da Jornada Mundial da Juventude, realizada no Rio de Janeiro daquele ano.

Os milagres atribuídos a Nossa Senhora Aparecida

A Pesca Milagrosa

No ano de 1717, após o aparecimento da imagem na rede dos pescadores João Alves, Felipe Pedroso e Domingos Garcia uma grande quantidade de peixes encheu a rede dos pescadores. Esse foi o primeiro milagre sob a intercessão de Nossa Senhora, que ficou conhecida pelo título de ‘Aparecida’.

As Velas

Na aldeia dos pescadores, havia o costume de reunir as famílias para rezarem aos pés de Nossa Senhora Aparecida. No altar onde ficava a imagem da santa, duas velas iluminavam o local. De repente, durante a oração, as velas se apagaram e Silvana da Rocha, se levantou para acender as velas novamente, mas antes de se aproximar as velas acenderam sozinhas.

Menina cega

No ano de 1874, Gertrudes Vaz e sua filha – cega de nascença – levaram três meses de viagem de Jaboticabal (SP) a Aparecida (SP). A menina tinha ouvido falar da história da “pesca milagrosa” e queria muito visitar Nossa Senhora Aparecida. Ao chegarem, ainda na estrada, a menina fixou o horizonte e exclamou: “Olhe, mamãe, a capela da Santa!”. Dona Gertrudes percebeu que tanto sacrifício tinha valido a pena. Mãe e filha – agora curada – foram rezar agradecidas, ajoelhadas aos pés da Senhora Aparecida.

Escravo Zacarias

Durante os anos da Monarquia Brasileira, Zacarias, um negro escravizado, voltava acorrentado com o seu feitor para a fazenda de onde fugira. Ao passar pelo Santuário, pediu para rezar aos pés da Mãe Aparecida. Com muita fé, o homem fez suas orações, e o milagre aconteceu: as correntes se soltaram e Zacarias ficou livre.

Cavaleiro

Há muito tempo, havia em Cuiabá (MT) um cavaleiro que não tinha fé. Zombava dos devotos de Nossa Senhora Aparecida e não acreditava no poder de sua intercessão. Um dia, o cavaleiro subiu em seu cavalo e quis entrar na igreja, mas as patas do animal ficaram presas no primeiro degrau da escada.  A pedra em que o equino ficou preso pode ser vista na Sala dos Milagres no Santuário Nacional de Aparecida.

Salvo de afogamento

Em 1862, morava nas margens do Rio Paraíba do Sul a família de um menino chamado Marcelino, que tinha apenas três anos de idade. Durante uma brincadeira no barco, o garoto caiu no rio Paraíba. Sua mãe Angélica e sua irmã Antônia se ajoelharam e pediram que Nossa Senhora intercedesse pelo menino, para que não se afogasse. Na mesma hora, o menino começou a boiar, sem engolir água do rio. Seu pai o tirou da água sem nenhum risco de vida.


Foto: Adobe Stock

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